Em qualquer democracia séria do mundo, se você faz algo errado, alguém (pode ser um ministério público da vida) entra na justiça com um processo contra você e, caso condeando, cabe a você cumprir a pena. Mas o que tem sido feito contra o wikileaks nessa última semana é impressionante pela marca anti-democrática. São os governos dos países desenvolvidos (EUA, França, Austrália) jogando todo o peso desses governos sobre empresas, pressionando-as (extorsão?) para que deixem de atender um cliente porque não é do interesse do governo desses países. Algum mandato judicial? Nenhum.
O financiakl times diz: “O Wikileaks de hoje fala a linguagem da transparência, mas ele poderia rapidamente desenvolver um código de anti-americanismo explícito, anti-imperialismo e anti-globalização”.
Mas aqui eles estão errados. Não é anti-americanismo explícito ou anti-globalização, mas é, pelo contrário, defender os princípios originais dos founding fathers americanos, que queriam proteger o cidadão comum do Big Government, garantir a liberdade, os checks and balances, enfim, a democracia. O fato de que ninguém ainda tenha percebido que o modo de atuar dos políticos e governo desses países contra um cidadão e uma organização, de se basear na disputa de poder pura e simples, e não no devido processo legal, diz muito sobre as garantias legais que tem quem incomoda verdadeiramente esses países. Acontecesse qualquer coisa remotamente parecido com isso na Venezuela, Bolívia ou Equador, e as primas donas de plantão estariam todas gritando e esperneando contra a ameaça à democracian esses países. Mas muito mais grave é que, nos lugares onde a democracia está supostamente mais consolidada, ninguém perceba os problemas dessas ações.